JÚLIO POMAR

De uma obra que se prolonga por oito décadas, o autor destaca, após o período inicial, dito neo-realista, as exposições «Tauromachies» e «Les Courses» (Galerie Lacloche, Paris, 1964 e 1965); a participação numa mostra dedicada ao quadro de Ingres, Le Bain Turc, no Museu do Louvre (1971); as séries de pinturas Mai 68 (CRS SS) e Le Bain Turc (Galeria 111, Lisboa); as exposições «L’Espace d’Eros» (Galerie de la Différence, Bruxelas, 1978) e «Théâtre du Corps» (Galerie de Bellechasse, Paris, 1979); «Tigres» (Galerie de Bellechasse e Galeria 111, 1981 e 1982); «Um ano de desenho – quatro poetas no Metropolitano de Lisboa» (estudos preparatórios para a estação Alto dos Moinhos) em 1984, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, que já em 1978 promovera a sua primeira exposição retrospetiva; «Ellipses» (Galerie de Bellechasse, Paris, 1984) e «Mascarados de Pirenópolis» (Galeria 111, ARCO, Madrid, 1988).
No início da década de 1990, uma estada no Alto Xingú, na Amazónia, está na origem das exposições «Los Indios» (Galeria 111, ARCO, Madrid) e «Les Indiens» (Galerie Georges Lavrov, Paris), em 1990, a que se segue «Pomar/Brasil», antologia organizada também pelo CAM e apresentada em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa. O Ministério da Cultura francês convidou Júlio Pomar a realizar um retrato de Claude Lévi-Strauss, que precedeu o do presidente Mário Soares para a galeria oficial do Palácio de Belém (1991). Seguiram-se as exposições «Pomar et la Littérature» (Charleroi, Bélgica, 1991), «Fables et Portraits» (Galerie Piltzer, Paris, 1994), sendo a temática ficcional retomada em «O Paraíso e Outras Histórias» (Culturgest, Lisboa, 1994), e «L’Année du cochon ou les méfaits du tabac» (Galerie Piltzer, 1996). A presença da Amazónia reaparece em «Les Joies de Vivre» (Galerie Piltzer, 1997) e «Les Indiens – Xingú 1988-1997» (Festival International de Biarritz). A série La Chasse au Snark é mostrada em Paris (Galerie Piltzer, 1999) e em Nova Iorque (Salander-O’Reilly Gallery, 2000).
Mostrou «Pinturas Recentes», inéditas em Portugal, no Centro de Congressos de Aveiro em 2000, e em 2002 volta à Galeria 111 com a exposição «Os Três Efes – Fábulas, Farsas e Fintas», a que se sucedem «Trois travaux d’Hercule et quelques chansons réalistes» e «Méridiennes –Mères Indiennes» (Galerie Patrice Trigano, Paris, 2002 e 2004); «Fables et Fictions», esculturas e suas fotografias por Gérard Castello-Lopes (Galerie Le Violon Bleu, Sidi Bou-Said, Tunísia, 2004), que se prolonga em «A Razão das Coisas», assemblages e bronzes, também fotografados por José M. Rodrigues, Casa de Serralves, Porto (2009, depois itinerante).
Em 2004, Marcelin Pleynet comissariou uma exposição antológica no Sintra Museu de Arte Moderna – Colecção Berardo a que deu o nome «Autobiografia», e as décadas recentes da obra de Júlio Pomar foram antologiadas por Hellmut Wohl no Centro Cultural de Belém, sob o título «A Comédia Humana». Em 2008, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, incluiu numerosas assemblages inéditas na mostra «Cadeia da Relação», comissariada por João Fernandes. Em 2009 expôs «Nouvelles Aventures de Don Quixote et Trois (4) Tristes Tigres» (Galerie Patrice Trigano), e em 2012-13 «Atirar a albarda ao ar» na Cooperativa Árvore, Porto, e Galeria 111, Lisboa.
Além da obra de pintura, desenho, escultura, cerâmica, gravura, etc., Júlio Pomar escreveu Catch: thèmes et variations, Discours sur la cécité du peintre, Et la peinture? (Éditions de la Différence, Paris, 1984, 1985 e 2000), os dois últimos traduzidos para português por Pedro Tamen com os títulos Da Cegueira dos Pintores (Imprensa Nacional, 1986) e Então e a Pintura? (Dom Quixote, 2003); e duas coletâneas de poesias Alguns Eventos e TRATAdoDITOeFEITO (Dom Quixote, 1992 e 2003).
Júlio Pomar instituiu em 2004 uma Fundação com o seu nome.
Fonte: https://www.ateliermuseujuliopomar.pt/julio-pomar/ (consultado em 03/06/2025).
Algumas das obras do artista:

” Varina Comendo Melancia “
Data: 1949
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 100 x 100 cm

” D. Quixote e os Carneiros “
Data: 1961
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 162 cm

” Almada I “
Data: 1970
Técnica: Acrílico sobre tela
Dimensões: 130 x 163 cm

” A refeição do menino ou almoço “
Data: N/D
Técnica: Litografia em papel
Dimensões: 63,5 x 44,6 cm

” L’odalisque à l’esclave II, d’aprés Ingres “
Data: 1969
Técnica: Acrílico sobre tela
Dimensões: 184,3 x 157,5 cm

” Praia “
Data: 1953
Técnica: Tecelagem manual em lã
Dimensões: 204 x 117 cm

” Fernando Pessoa “
Data: 1983
Técnica: Marcador e colagem em papel vegetal
Dimensões: 90 x 206 cm

” Mulheres na Praia “
Data: 1950
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 122,5 x 93,5 cm